sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sobre o teatro

Eu sou daquele time "Vá ao teatro, mas não me chame". Sempre digo que não gosto de teatro. A mim parece sempre que os atores estão pagando mico, se humilhando, forçando uma situação, tentando convencer. Nunca me parece natural como é no cinema ou na televisão. Acho constrangedor mesmo.
Mas há uns dois anos, quando minha filha mais nova anunciou sua decisão de entrar num grupo teatral, achei que era fogo de palha, curiosidade adolescente. Que ainda não acabou e continua me levando a assistir suas apresentações, e me fazendo pensar que teatro às vezes é divertido. Só não sei ainda se gosto porque conheço o pessoal e acompanho suas lutas para produzir as peças.
Por mais que tentem me convencer que é bom para o desenvolvimento intelectual, social, que "teatro é arte, é cultura, é experiência", bla-bla-blá, continuo com a impressão que os defensores do teatro apenas têm vergonha de dizer que não acham graça na coisa. Não querem parecer analfabetos culturais, afinal, a arte dramática é um objeto semiótico por natureza, seja lá o que quer dizer isso.
Também acho desnecessários os palavrões que o povo do teatro tanto gosta de proferir. E disso já tratei aqui.
Quantas dinâmicas de grupo participei quando era uma desempregada procurando vaga no mercado de trabalho. Isso sempre me incomodou por não saber se deveria representar, fingir ou ser eu mesma. Ou fingir ser eu mesma representando a candidata ideal. Talvez daí minha aversão ao teatro.
Mas também nunca faltei nas apresentações das minhas filhas, desde o berçário, a ponto de me emocionar com a menina deitada no palco, vestida de elefantinho, junto com as outras, que apenas ficavam lá, balançando as perninhas. Coisa linda. E daí que nestes dois anos já fui a saraus, improvisos, teatro cantado, dançado e ensaiado. E continuo torcendo para que acabe logo.

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