quinta-feira, 19 de maio de 2011

A violência em nome da sustentabilidade

Acho mesmo uma violência disfarçada de boas intenções essa história de proibir a distribuição e venda de sacolas plásticas em todo o comércio da cidade. Igual a violência que é proibir a circulação de automóveis em determinados dias e lugares. Querer conscientizar pela força, impondo comportamentos, multando, proibindo. Não pode ser a única saída. Há que se educar a população para que não descarte as sacolas indevidamente e para que regulem seus carros para poluírem menos. Melhor seria obrigar as indústrias a desenvolverem produtos ecológicos acessíveis à maioria da população, antes de proibir qualquer coisa.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O tempo passa


Minha filha postou no Twitter algo sobre 100 metas para 1000 dias. Eu já estava pensando em escrever sobre o que espero para os meus próximos 5 ou dez anos. E constatei que nunca fiz planos tão longos na minha vida.

Separando "vontades" de "planejamento", porque algumas coisas eu quiz fazer durante muitos anos, mas sem muita seriedade. Se desse, bem, se não desse, bem também. Fui vivendo um dia, uma semana, um ano ou dois de cada vez. Fui vivendo conforme a vida se apresentava. Me lembro que logo após casar, tentava imaginar como eu estaria aos 30.

Não me dei muito mal, eu acho. Fiz a primeira faculdade aos 18, casei aos 21, entrei no serviço público aos 23, tive duas filhas aos 26 e 30 anos, financiei casa própria e primeiro carro aos 32, fiz a segunda faculdade aos 44. E lá se vão os anos. Já são mais de dois anos que não realizo grande coisa. As vontades começam a se apresentar. Sempre gostei de estudar.

Tive vontade de fazer paisagismo. Adoro cenários bem cuidados, jardins, acabamentos inteligentes, ambientes planejados, beleza natural na decoração. Pesquisando o assunto, vi que para fazer como eu gostaria, precisaria entender de impermeabilização, hidráulica, eletricidade, construção... muito mais que o conteúdo do curso de paisagismo abrange. Arquitetura ou engenharia? Engenharia mecânica parece dar uma boa base daqueles assuntos. Talvez seja minha próxima faculdade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Defendendo meu direito de pensar



A campanha da TV contra a distribuição de sacolinhas plásticas no comércio motiva minha manifestação. Porque não vai ao ar nenhum testemunho a favor das sacolas. Eu prefiro levar as compras do supermercado em sacolas, aquelas mesmas "abomináveis" de plástico. Não desperdiço, só aceito sacolas de bom tamanho; se o que compro é pequeno, dispenso a sacola, coloco direto na bolsa.

Sou responsável na reutilização. Não jogo fora simplesmente, reaproveito sempre que possível. Quando não dá, descarto com outros recicláveis, não misturo no lixo comum. Mas reportagens da TV não consideram essa possibilidade. Aliás, defendo sacolas mais resistentes, o que contribuiria para diminuir a quantidade em circulação.

Reparem que os defensores da extinção de sacolas plásticas todos têm carros. Vai carregar suas compras numa caixa de papelão e a pé, de bicicleta ou de transporte público para sentir o drama. Aliás, nenhuma das alternativas disponíveis (cestas acopláveis recicladas, caixas plásticas dobráveis, carrinhos de lona e dobráveis), substituem bem as sacolas.

Se não tiver mais sacolas no supermercado, vou ter que comprar sacos para usar nas lixeiras e para separar os recicláveis. E adivinha do que são feitos esses sacos. Já preparem a próxima campanha: Abominem sacos de lixo feitos de plástico.

O que não dá para engolir é uma campanha para convencer o consumidor a pagar pelas sacolas, sejam de plástico, papel, ecológicas, tecido... Como se isso fosse salvar o meio ambiente. É o mesmo que cobrar para você usar o estabelecimento. Já não chega pagar taxa de manutenção para usar cartão de crédito, pagar imposto por produtos básicos, pagar a vistoria do próprio carro, pagar convênio particular para usar médicos e dentistas, que deveriam ser mantidos pelos impostos já pagos?

Então, vamos lá, aos que acham que as sacolas plásticas são um vício que deve ser combatido:
- Exija sacolas biodegradáveis gratuitas.
- Mesmo ecológicas, só aceite se a compra for grande e se for mesmo precisar da sacola.
- Reutilize embalagens de qualquer material, sempre que possível.

Se a campanha é contra plástico largado na natureza, não esqueçam de pedir sacos de lixo biodegradáveis, abominem garrafas pet, brinquedos de plástico, embalagens não reaproveitáveis, isopor, etc.

E abaixo os que propalam o fim das sacolas de supermercado como se isso fosse a salvação "de um mundo melhor para as futuras gerações".