quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tunel do Tempo



- Salve!
- Como é que vai?
- Amigo, há quanto tempo...
- Um ano ou mais
- Posso sentar um pouco?
- Faça o favor...

Não. Não estou falando com meu próprio Blog, por causa do tempo decorrido desde o último post.

Ouvindo MPB4 cantar essa música hoje, lembrei de um tempo em que, para ter a letra da música, precisava ouvir vinte vezes, e ia anotando partes, até conseguir a íntegra. Ouvia no toca-discos, e ia tirando a agulha para escrever um trecho, voltava a tocar, parava, anotava, tocava mais um pouco, conferia se não faltava uma palavra. Às vezes penava para entender o intérprete, inventava alguma rima. Isso tudo por que era bastante difícil obter uma cópia da letra impressa. Comparando com a Internet hoje, ninguém pode imaginar a satisfação de copiar uma letra da música preferida em um caderno comum.

domingo, 5 de junho de 2011

Consequências das nossas escolhas

Às vezes eu imagino o que poderia ser diferente na minha vida, se no passado eu tivesse feito outras escolhas. Vários destinos diferentes passaram pela minha janela.
Houve um tempo em que eu quis ser professora. E se eu tivesse levado adiante? O que isso implicaria no meu atual status de trabalho? Teria eu casado, comprado uma casa? Estaria morando em que bairro?
Minha vontade era ter seguido a carreira de desenhista publicitário. Gostava de propaganda e de desenho. A liberdade de criação publicitária que o desenho permite me seduzia. Na hora de escolher o vestibular, pés no chão, me percebi sem a menor técnica em desenho. Como iria enfrentar uma prova específica? Fiquei só com a publicidade e me contentei em criar para outros produzirem. Mas também nunca consegui uma oportunidade profissional na área. Demorei uns 15 anos para ir buscar meu diploma na FAAP, simplesmente porque não precisei dele. E do arquivo da faculdade, ele foi para uma gaveta no meu quarto.
E se eu não tivesse investido tempo e dinheiro (leia-se minha vida dos 18 aos 22) naquele curso?
Teria continuado no meu emprego. na seção pessoal da empresa de ônibus Parada Inglesa?
Porque teve isso. Depois de quatro anos trabalhando naquele escritório, entrei na faculdade e "me achei" boa demais para continuar ali. Provoquei minha demissão. De bobeira. Sei lá. Era um bom lugar para trabalhar. Tinha alguma chance de crescer lá dentro. Porque saí?
E todo dia tem uma decisão que pode mudar o futuro. Talvez por isso eu ainda leia com atenção meu horóscopo. Porque conforta pensar que não importa a escolha, o destino está escrito nas estrelas. É só confiar que vai dar certo.
Para quem esperava um "em Deus" depois daquele "confiar", não se engane. Acredito na proteção de Deus, mas acredito também no livre arbítrio que a gente tem e às vezes estraga os planos que Ele tem para nós.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A violência em nome da sustentabilidade

Acho mesmo uma violência disfarçada de boas intenções essa história de proibir a distribuição e venda de sacolas plásticas em todo o comércio da cidade. Igual a violência que é proibir a circulação de automóveis em determinados dias e lugares. Querer conscientizar pela força, impondo comportamentos, multando, proibindo. Não pode ser a única saída. Há que se educar a população para que não descarte as sacolas indevidamente e para que regulem seus carros para poluírem menos. Melhor seria obrigar as indústrias a desenvolverem produtos ecológicos acessíveis à maioria da população, antes de proibir qualquer coisa.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O tempo passa


Minha filha postou no Twitter algo sobre 100 metas para 1000 dias. Eu já estava pensando em escrever sobre o que espero para os meus próximos 5 ou dez anos. E constatei que nunca fiz planos tão longos na minha vida.

Separando "vontades" de "planejamento", porque algumas coisas eu quiz fazer durante muitos anos, mas sem muita seriedade. Se desse, bem, se não desse, bem também. Fui vivendo um dia, uma semana, um ano ou dois de cada vez. Fui vivendo conforme a vida se apresentava. Me lembro que logo após casar, tentava imaginar como eu estaria aos 30.

Não me dei muito mal, eu acho. Fiz a primeira faculdade aos 18, casei aos 21, entrei no serviço público aos 23, tive duas filhas aos 26 e 30 anos, financiei casa própria e primeiro carro aos 32, fiz a segunda faculdade aos 44. E lá se vão os anos. Já são mais de dois anos que não realizo grande coisa. As vontades começam a se apresentar. Sempre gostei de estudar.

Tive vontade de fazer paisagismo. Adoro cenários bem cuidados, jardins, acabamentos inteligentes, ambientes planejados, beleza natural na decoração. Pesquisando o assunto, vi que para fazer como eu gostaria, precisaria entender de impermeabilização, hidráulica, eletricidade, construção... muito mais que o conteúdo do curso de paisagismo abrange. Arquitetura ou engenharia? Engenharia mecânica parece dar uma boa base daqueles assuntos. Talvez seja minha próxima faculdade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Defendendo meu direito de pensar



A campanha da TV contra a distribuição de sacolinhas plásticas no comércio motiva minha manifestação. Porque não vai ao ar nenhum testemunho a favor das sacolas. Eu prefiro levar as compras do supermercado em sacolas, aquelas mesmas "abomináveis" de plástico. Não desperdiço, só aceito sacolas de bom tamanho; se o que compro é pequeno, dispenso a sacola, coloco direto na bolsa.

Sou responsável na reutilização. Não jogo fora simplesmente, reaproveito sempre que possível. Quando não dá, descarto com outros recicláveis, não misturo no lixo comum. Mas reportagens da TV não consideram essa possibilidade. Aliás, defendo sacolas mais resistentes, o que contribuiria para diminuir a quantidade em circulação.

Reparem que os defensores da extinção de sacolas plásticas todos têm carros. Vai carregar suas compras numa caixa de papelão e a pé, de bicicleta ou de transporte público para sentir o drama. Aliás, nenhuma das alternativas disponíveis (cestas acopláveis recicladas, caixas plásticas dobráveis, carrinhos de lona e dobráveis), substituem bem as sacolas.

Se não tiver mais sacolas no supermercado, vou ter que comprar sacos para usar nas lixeiras e para separar os recicláveis. E adivinha do que são feitos esses sacos. Já preparem a próxima campanha: Abominem sacos de lixo feitos de plástico.

O que não dá para engolir é uma campanha para convencer o consumidor a pagar pelas sacolas, sejam de plástico, papel, ecológicas, tecido... Como se isso fosse salvar o meio ambiente. É o mesmo que cobrar para você usar o estabelecimento. Já não chega pagar taxa de manutenção para usar cartão de crédito, pagar imposto por produtos básicos, pagar a vistoria do próprio carro, pagar convênio particular para usar médicos e dentistas, que deveriam ser mantidos pelos impostos já pagos?

Então, vamos lá, aos que acham que as sacolas plásticas são um vício que deve ser combatido:
- Exija sacolas biodegradáveis gratuitas.
- Mesmo ecológicas, só aceite se a compra for grande e se for mesmo precisar da sacola.
- Reutilize embalagens de qualquer material, sempre que possível.

Se a campanha é contra plástico largado na natureza, não esqueçam de pedir sacos de lixo biodegradáveis, abominem garrafas pet, brinquedos de plástico, embalagens não reaproveitáveis, isopor, etc.

E abaixo os que propalam o fim das sacolas de supermercado como se isso fosse a salvação "de um mundo melhor para as futuras gerações".

quinta-feira, 3 de março de 2011

Blogs que eu sigo

Uma dificuldade no ambiente digital é selecionar o que você lê. Dá para ficar perdido se não escolher algumas direções. Os blogs que eu sigo, por exemplo, sigo por uma motivação: me identifico com eles. Alguns não escrevem nada há anos, mas continuo seguindo, na esperança que retomem o projeto de publicar conteúdo em suas páginas. São ex-colegas da faculdade, ou pessoas conhecidas, ou de assuntos que me interessam. Nessa última categoria, entra o Mirepoix, da Débora Cordeiro, que conheço virtualmente há muitos anos. Ela fala de tudo, mas seu forte é gastronomia, de um jeito que eu gosto: não é só postar receitas. É falar de culinária, de ingredientes, de equipamentos, de cultura, livros... até história de santo ela descreve. Adoro. Ela também "linka" seu blog com o Twitter. E agradece seus seguidores oferecendo brindes de vez em quando, como está acontecendo agora.
Vai lá conhecer e aproveita para participar do sorteio da Ecobag.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Condicionados pelo conforto


Passei pela desagradável situação de ficar sem energia elétrica em casa por mais de 20h. Na segunda, 21 de fevereiro, lá pelas três da tarde, caiu um temporal na região, com ventos de quase 100km, segundo o noticiário, que derrubou um número recorde de árvores.

Eu estava trabalhando e lá no serviço também acabou a luz, mas voltou em menos de meia hora. O maior incômodo foi ficar sem a máquina de café.

Em casa fica todo mundo perdido sem TV, computador, micro-ondas. A impressão é que não dá para fazer nada dentro de casa. E enquanto tinha a claridade da tarde ainda estava bom. Quando precisamos acender velas é que a ficha caiu. O pior é não saber quando a situação vai voltar ao normal. E sem luz o telefone também não funciona. Depois, chega a hora do banho: frio no chuveiro ou de canequinha com água esquentada no fogão? Optei pela canequinha. Afinal, fiz muito isso quando criança.

Mas a situação toda me lembra muito o filme "Ensaio sobre a cegueira", tamanha angústia que dá, a impotência de ficar esperando providências de um órgão público. E a própria reação da gente, que não quer arrumar, lavar, manter tudo em ordem, só porque não tem luz? Mas tinha água, tinha gás no fogão, tinha fósforos e velas, tinha os celulares que servem como lanternas, fajutas, mas servem. E, melhor, tem um que pega até alguns canais de TV. Não ficamos exatamente "no escuro". Também tem um rádio que funciona a bateria. Lógico que ficou ligado. Porque não aguentamos o silêncio imposto.

Talvez por achar o tempo todo que "já vai voltar", a gente fica inerte, quase sem ação. Não é assim tããão ruim. Podemos sempre aproveitar a experiência.

Só que a coisa durou mais de vinte horas. E as baterias já quase descarregadas dos celulares? E meu freezer? E a geladeira que já começa a ficar quente por dentro? E cheios de alimentos que podem ter estragado? E o prejuízo? E levantar na manhã seguinte e constatar que ainda não tem luz? Já tinha visto reportagens de lugares que ficam vários dias sem luz.

Por outro lado poderia ser pior. Sem luz é ruim, mas horrível é ficar sem água. E lá vem de novo a angústia que é "Ensaio sobre a cegueira" e sua visão do comportamento humano diante das dificuldades. Somos tão condicionados pelo conforto que não sabemos mais viver sem ele.

Enfim, a eletricidade voltou após 24 horas, e fica para sempre o temor do próximo temporal trazer a repetição do problema.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Música fantasma

Não foi nada em vão Não foi nada sem querer E é por isso irmão Está difícil de esquecer A marca ficou, ficou, bem marcada A vida virou, virou, mal tratada Ao passar dos anos eu sem sentir, fui gostar Sem perceber que já havia outro, em em lugar Não foi nada em vão Não foi nada sem querer E é por isso irmão, por isso Está difícil de esquecer

Tinha aqui prá mim que essa música é cantada por Tim Maia e se chama "Está difícil de esquecer". Mas nem São Google localiza ela. Na internet nenhum arquivo registra essa letra. Pelo menos não assim, como eu me lembro. Sempre que ouço Tim Maia, logo me vem essa na cabeça, do final dos anos 70, talvez começo da década de 80. E tenho procurado a gravação por anos. Tão difícil que às vezes pensava que Tim Maia nunca gravou, pode ter sido alguma passagem de som, uma brincadeira nos microfones, já que ele era exigente nessa área. Ou podia ser tradução de alguma música em inglês do tempo da doutrina Cultura Racional. Sei lá. Eis que para continuar esse post, fui parar na Wikipédia e achei a faixa listada no disco Tim Maia (volume 8) .É um álbum de estúdio e foi lançado em 1980 em LP e CD. Acho que preciso iniciar uma campanha para quem tiver esse disco disponibilizar na internet. Essa música não pode morrer. A letra é do próprio Tim Maia, a canção é a cara dele. Tantas faixas ele regravou, algumas várias vezes... Puxa, que saudade de ouvir a original e atualizar essa lembrança na minha cabeça. Alguém aí tem esse disco?